malária

Premiado estudo português sobre mecanismo de protecção contra a malária

A malária é transmitida pelo mosquito Anopheles Dulce Fernandes

A investigadora portuguesa Ana Ferreira venceu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Genética Humana 2012, com um trabalho que descreve um mecanismo molecular que protege contra a malária cerebral, responsável por um milhão de mortes por ano.
O estudo agora premiado descreve o mecanismo, que o corpo humano preservou ao longo da sua evolução, que está presente em pessoas com anemia falciforme, uma doença genética, grave sobretudo na sua forma severa, explicou à agência Lusa a investigadora.
Foi descoberto que esta mutação genética é muito prevalente precisamente nas populações onde a malária é endémica, funcionado como uma protecção contra a doença. As pessoas que têm apenas uma cópia da mutação genética responsável pela anemia falciforme não manifestam sintomas desta doença e conseguem tornar-se ao mesmo tempo resistentes à malária, que existe sobretudo na África subsariana.
Publicado no ano passado na revista científica internacional Cell, o trabalho de Ana Ferreira foi realizado num grupo liderado pelo investigador Miguel Soares, do Instituto Gulbenkian de Ciência. A investigadora da Universidade Nova de Lisboa, de 36 anos, vê agora o seu trabalho classificado como «o melhor publicado por um jovem investigador em Portugal», segundo um comunicado do Instituto Gulbenkian.
A anemia falciforme é um caso de livros. Quem observar ao microscópio uma gota de sangue de uma pessoa com a doença vê glóbulos vermelhos em forma de foice. A mutação está instalada na população humana porque torna as pessoas resistentes à malária cerebral. Durante décadas não se sabia porquê, mas a equipa de Miguel Soares percebeu que a enzima heme-oxigenase é a responsável.
Esta anemia é conhecida há mais de um século, mas só em 1949 é que se percebeu que era provocada por um erro na cadeia de aminoácidos da hemoglobina, a proteína que transporta o oxigénio nestas células. Os cientistas identificaram a mutação no gene da hemoglobina, verificaram que na África subsariana havia uma enorme quantidade de pessoas com esta doença – 30% em algumas populações – e fez-se a ligação da sua prevalência com a existência da malária, sem saberem porquê.
A malária aparece quando o mosquito Anopheles injecta um parasita do género Plasmodium nas pessoas. O parasita primeiro multiplica-se no fígado e depois nos glóbulos vermelhos. Os casos de malária mais graves são causados pelo Plasmodium falciparum. As pessoas sofrem febres horríveis devido ao rebentamento dos glóbulos vermelhos, dores no corpo e podem morrer de malária cerebral. Mas os indivíduos com esta mutação no sangue não são afectados pela forma grave da doença.
FONTE

Comentarios

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *

Este sitio usa Akismet para reducir el spam. Aprende cómo se procesan los datos de tus comentarios.