Não é bom que o homem esteja só.

Não é bom que o homem esteja só.

As milhões de ligações recebidas todos os anos no serviços de atendimento psicológico telefônico de muitos países falam do sofrimento que a solidão causa na sociedade. A maioria dos que ligam para os «telefones da esperança» são mulheres mas, segundo os especialistas, não é porque o problema afete menos os homens, mas porque eles preferem ocultá-lo.

Há muitos tipos de solitários: os que perderam uma relação afetiva profunda, por afastamento, ruptura ou morte, ou os que se afastam dos demais por medo de serem rechaçados. Outros não aprenderam a conviver. Também há os marginalizados por sua origem étnica, invalidez, doença ou pobreza. Seja como for, todos sofrem de alguma forma.

Embora pareça um beco sem saída, este problema tem solução: para sair do isolamento é preciso tomar contato, primeiro com si mesmo e depois com os demais: familiares, amigos, companheiros de trabalho e inclusive desconhecidos com os quais trocamos algumas poucas palavras a cada dia.

Em algumas cidades um terço da população entre 25 e 40 anos vive só mas, por mais que os números transformem a solidão em um fenômeno social, esta não deixa de ser um problema íntimo e pessoal para o qual só cabem soluções individuais. O coração da solidão é a ausência de um vínculo profundo e íntimo com outra pessoa: a pessoa solitária sente que ninguém lhe aprecia nem compreende ou que ninguém se interessa por seus problemas.

Este tipo de isolamento é mais comum na velhice, quando já se perderam muitos entes queridos, e durante a adolescência, quando o medo de um mundo e as mudanças físicas que não se compreende nem se controlam leva muitos jovens à introversão. Segundo o psicólogo Andrés Gento Rubio, «as experiências infantis como uma longa doença, a mudança de lugar de residência ou a falta de aprendizagem na família de como tratar os demais e conseguir relações positivas, ajudam a forjar uma personalidade solitária, o que também pode ser favorecido pela timidez, o complexo de inferioridade ou a fobia social».

Mas, além disso, há outros fatores que favorecem o isolamento: «desde a mudança freqüente de domicílio, que significa cortar laços com familiares e amigos, e as relações das cidades, mais frias e menos íntimas que as de povoados pequenos, até o aumento dos divórcios».

Com o tempo, a pessoa isolada tende a ficar insegura e com baixa auto-estima, propensa a dar respostas defensivas, egocêntrica, arredia e inclusive agressiva. «Quando sentimos solidão, ao invés de nos comportarmos de forma passiva ou auto-destrutiva, podemos aproveitá-la para enriquecer nossa vida, dedicando tempo a uma paixão, escrevendo cartas, escutando música, fazendo exercício, contemplando a natureza, indo ao cinema, lendo um livro ou praticando atividades que liberem nossa criatividade e sentimentos», sugere Gento.

«Este tipo de solidão ativa aumenta a autonomia, ao estimular a capacidade de fazer o que se deseja, sem depender de outros para sentir-se feliz», afirma o psicólogo. Quando se deseja remediar a solidão, é preciso propiciar as relações sociais, «aproveitando todas as ocasiões de conhecer gente nova, indo a reuniões e festas, viajando em grupo, falando por telefone ou através da Internet».

Para se conectar com as pessoas e romper o isolamento, os psicólogos recomendam colocar-se no lugar do outro. Perguntar-se «como eu me sentiria em sua pele?» nos aproxima dos demais e nos permite ter melhores sentimentos para eles.

E disse Deus:
«Não é bom que o homem esteja só;

farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda».

Gênesis 2.18

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