cancro da bexiga

Portugueses descobrem mecanismo que pode provocar cancro da bexiga por infeção

por Lusa, publicado por Ana Maia  – 18 janeiro 2013

Cientistas portugueses descobriram o mecanismo que pode levar ao cancro da bexiga a partir da infeção schistosomose e apontam a possibilidade de usar um biomarcador para detetar a molécula responsável e tentar bloquear o seu desenvolvimento.

Este tipo de infeção existe de forma endémica em países africanos e é transmitida através de banhos em cursos de água contaminados, nomeadamente no Egito. Os casos de doença podem chegar a Portugal através dos imigrantes ou dos turistas.
Mónica Botelho, investigadora que liderou o projeto, explicou à agência Lusa que «são moléculas estrogénicas, que não o estradiol, que permitem o desenvolvimento do parasita no hospedeiro» (o doente).
Os cientistas sabem que o parasita está associado a cancro de bexiga, que os doentes infetados apresentam esta molécula e que o parasita tem forma de produzir hormonas relacionadas com estrogénio.
Com este trabalho, publicado numa revista especializada na Austrália, a International Journal for Parasitology, os cientistas apontam explicações para o mecanismo que pode levar ao cancro da bexiga associado a estas infeções.
«Agora podemos usar estas moléculas como biomarcadores e se for detetado na urina de doentes o parasita schistosoma haematobium, podemos tentar perceber se vão adquirir cancro mais facilmente», referiu a cientista do Departamento de Promoção da Saúde do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, no Porto.
«Temos um biomarcador e podemos tentar bloquear esta molécula e impedir o desenvolvimento do parasita, temos forma de identificar doentes que podem, ou não, desenvolver a doença de uma forma mais agressiva», resumiu a investigadora.
Atualmente, as moléculas são detetadas na urina através de um método de análise muito caro mas, «se as empresas farmacêuticas se interessarem por este assunto, dentro de pouco tempo podemos ter outra forma, mais barata e mais eficiente», salientou Mónica Botelho.
A investigação foi desenvolvida em colaboração com a área de Parasitologia do Instituto Ricardo Jorge e Faculdade de Ciências, ambos no Porto, Universidade George Washington, nos EUA e a Clínica Sagrada Esperança, em Luanda.
A schistosomose é uma das mais graves infecções parasitárias do mundo, infeta 200 milhões de pessoas em 75 países e mata meio milhão por ano.
O cancro da bexiga é a forma mais comum de doença oncológica nos países onde a schistosomose é endémica.
FONTE 

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